sexta-feira, 24 de março de 2017

Eu, dona de mim

Eu nunca vou ser tanto de alguém, quanto sou de mim. Aprendi que não preciso de ninguém além de mim mesma, para viver. Quem melhor que eu, para conviver comigo, me entender? Mas, existe muito de mim em mim. E por ser tão minha que eu te digo com essa convicção toda, eu quero sim ser tua. E eu sou. Eu sou um pouco tua sempre que eu viro um sorriso teu, você tem mais um pouco de mim sempre que eu passo pela tua cabeça.
Eu gosto da minha calmaria, da minha confusão interna, da forma com que eu sinto, e eu sinto, sinto tanto que chego a sentir muito, sentir demais, mas não mudaria isso em mim, meu maior defeito é ao mesmo tempo a minha maior qualidade. Sinto tanto você, sendo você. Algumas vezes, sinto tanto por você.
Somos tão distintas, tão distantes, tão únicas. Mas já há vários pouquinhos de mim em você. Existe um pedacinho de mim em você quando você dorme sem camiseta, ou também, quando dorme abraçada com a minha camisa, quando gosta de me assistir dormir. Isso sempre vai ser vários pedacinhos de mim sendo sua. Nesses momentos você deve sempre lembrar que eu, sendo eu, sendo minha, não deixo de ser um pouco sua, e eu estou amando você, ser aceita por você, absorvida cada dia um pouco mais, por você.  É boa a sensação de ter com quem dividir esse tanto de eu que existe em mim. Eu sou grata à você por se importar, por me acompanhar, por ficar, por permanecer, por me desconstruir, me ouvir, gostar dessa minha calmaria e respeitar por eu não saber ser tão leve quanto você, por se doar todo dia um pouco mais para mim, por me ver diferente do que eu sempre me vi e tentar me mostrar que eu não sou só o ruim que eu sempre aceitei que sou. E eu nunca vou ser tão eu se eu não assumir que quero ser tão tua. Eu amo você, e com isso, aprendo a me amar cada dia mais.

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