sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Sobre palavras e um caderno vazio.


Sinto-me tão desligada, sinto as folhas do meu caderno tão esquecidas, elas continuam em branco. Quero preenche-las, elas estão chamando as palavras, as palavras não as escutam. Mas porque? Preciso de motivos, quais são? Onde estão? Vazio. Isso responde as perguntas das folhas em branco, isso responde esse meu universo sem sentido, vazio. Essa palavra trás consigo um frio, um buraco, a falta. Realmente há falta, mas não das palavras, pos veja bem, estou repleta delas, elas vivem constatemente me atormentando, fazendo minha cabeça doer, não, não pode ser falta de palavras, é a falta de alguém, um motivo para que as palavras ganhem vida, uma razão. Isso folhas, vocês estão tão vazias quanto o meu coração, quanto os meus sentimentos, adormecidos e esquecidos, como um caderno velho e em branco, com marcas de borracha. Alguém esteve apagando o que continha no caderno, alguém esteve apagando o que tinha em mim. Sem uma razão para se escrever, sem palavras no caderno.

As palavras novamente ganham vida, mas é para abrir meus olhos, elas dizem que precisam ser usadas, elas querem um novo amor, o caderno em branco se anima, ele quer suas folhas escritas, ele quer uma linda história em seu interior. Peço desculpas, para as palavras que querem a liberdade, e para o caderno velho que quer voltar à vida, me desculpe, não vou amar.

O amor anda de mãos dadas com a dor, se você conhece um, você com toda certeza conhecerá o outro, de uma maneira ou de outra, você vai amar, você vai perder e irá sofrer.

Eu contei minha história para as palavras que me asombram, e para o caderno vazio, contei sobre o meu amor, falei sobre a dor. As palavras se calaram, o caderno se fechou.

Agora feche os olhos, você verá o vazio, ele te chama, você explica que o terá como companhia nos dias frios, nas noites chuvosas, pois você perdeu as palavras, você se esqueceu do carderno, você tem o vazio, ele lhe dá a mão, você confia nele, logo ele vira solidão, agora sorria, você está cara a cara com a dor, quem sabe um dia você reveja o amor, e as palavras vão saltar para o caderno velho que não será mais apagado, simplesmente guardado com sua história, com suas palavras. Você só precisa esperar passar a dor, que venha o amor.